8 de março – Um dia para se refletir

Dia das Mulheres

Muitos dados são alarmantes em relação a violência, maus tratos e desigualdade praticadas contra as mulheres.
“Uma série de estudos durante o ano mostrou que a violência letal contra mulheres aumentou 24% durante a década anterior e confirmou que o Brasil é um dos piores países da América Latina para quem nasce menina, em especial devido aos níveis extremamente altos de violência de gênero e gravidez na adolescência, além das baixas taxas de conclusão da educação secundária”, relata o documento.
A cada 3 horas 1 mulher é violentada no Brasil
Em 2016, lembra o relatório, completaram-se dez anos desde a entrada em vigor da Lei Maria da Penha, contra a violência doméstica. O texto destaca: “O governo falhou em implementar a lei com rigor, e a violência doméstica e a impunidade continuam amplamente difundidas”.

Então neste dia 8 de março é hora de arregaçar as mangas e continuar a luta. Refletir sobre o que já foi conquistado e continuar a caminhada.
Nosso presente é um abraço e o compromisso de estarmos juntos lado a lado.
Força neste Dia Internacional das Mulheres.

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A história do Dia Internacional da Mulher

As histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher alimentam o imaginário de que a data teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20, mas os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores a este acontecimento.

Desde o final do século 19, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período.

O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.

Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem representantes de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações.

Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra – em um protesto conhecido como “Pão e Paz” – que a data consagrou-se, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.

Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o “8 de março” foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.

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Funcionárias do Instituto de Resseguros do Brasil, primeira empresa no brasil a ter uma creche para filhos das funcionárias

“O 8 de março deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países”, explica a professora Maria Célia Orlato Selem, mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Brasília e doutoranda em História Cultural pela Universidade de Campinas (Unicamp).
No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século 20, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. A partir dos anos 1970 emergiram no país organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher.

 

Lutas e conquistas

O dia 8 de março é o resultado de uma série de fatos, lutas e reivindicações das mulheres (principalmente nos EUA e Europa) por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos, que tiveram início na segunda metade do século XIX e se estenderam até as primeiras décadas do XX.

No dia 8 de março de 1857, trabalhadores de uma indústria têxtil de Nova Iorque fizerem greve por melhores condições de trabalho e igualdades de direitos trabalhistas para as mulheres. O movimento foi reprimido com violência pela polícia. Em 8 de março de 1908, trabalhadoras do comércio de agulhas de Nova Iorque, fizeram uma manifestação para lembrar o movimento de 1857 e exigir o voto feminino e fim do trabalho infantil. Este movimento também foi reprimido pela polícia.

 

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25 de Março de 1911, um fogo no 8° andar do edifício onde estava instalada a fábrica têxtil Triangle (que ocupava os últimos três dos dez andares do edifício) causou a morte de 145 dos seus 500 trabalhadores, a maioria mulheres imigrantes. Na época, os tecidos, inflamáveis, eram “armazenados” por toda a fábrica, permitia-se fumar, para iluminação usavam candeeiros a gás e não havia equipamento de combate a incêndios. Grande parte das vítimas trabalhava no 9° andar, onde o aviso de incêndio chegou demasiado tarde (ao contrário do 10° andar) e no qual uma das duas portas existentes estava encerrada (para prevenir roubos, só uma saída estava normalmente disponível). Como reação, o fato trágico provocou várias mudanças nas leis trabalhistas e de segurança de trabalho, gerando melhores condições para os trabalhadores norte americanos.ng6151838

A manchete disse: Cento e cinquenta morrem em um incêndio numa fábrica. Mulheres e meninas, presas em edifício de dez andares, perdidas em chamas ou se atirando à morte

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Corpos das mulheres morta no incêndio de 25 de março de 1911. Até hoje se confunde a data com o dia 8 de março 

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem ao movimento pelos direitos das mulheres e como forma de obter apoio internacional para luta em favor do direito de voto para as mulheres (sufrágio universal). Mas somente no ano de 1975, durante o Ano Internacional da Mulher, que a ONU (Organização das Nações Unidas) passou a celebrar o Dia Internacional da Mulher em 8 de março.

Objetivo da Data 

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Conquistas das Mulheres Brasileiras

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Grandes Conquistas das Mulheres na História 

  • 1788 – o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.
  • 1840 – Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
  • 1859 – surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
  • 1862 – durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
  • 1865 – na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
  • 1866 – No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas.
  • 1869 – é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres.
  • 1870 – Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
  • 1874 – criada no Japão a primeira escola normal para moças.
  • 1878 – criada na Rússia uma Universidade Feminina.
  • 1893 – a Nova Zelândia torna-se o primeiro país do mundo a conceder direito de voto às mulheres (sufrágio feminino). A conquista foi o resultado da luta de Kate Sheppard, líder do movimento pelo direito de voto das mulheres na Nova Zelândia.
  • 1901 – o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres.
  • 1951 – a OIT (Organização Internacional do Trabalho) estabelece princípios gerais, visando a igualdade de remuneração (salários) entre homens e mulheres (para exercício de mesma função).
  •  Hattie Mcdaniel foi a primeira atriz negra a ganhar uma estatueta do Oscar. O prêmio, recebido em 1940, foi pelo reconhecimento de sua ótima atuação como atriz coadjuvante no filme ” E o vento levou …”.

Você sabia?

No Brasil, comemoramos em 30 de abril o Dia Nacional da Mulher.

Abraço Rede Amarais

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Em 1999 pela inciativa de um grupo de mulheres, junto com a União Cristã Feminina, Escola 31 de Março e Igreja de Santa Mônica foi organizado e realizado o primeiro Abraço Educativo Social que futuramente daria vida a nossa rede Abraço Rede Amarais.

 

Algumas fontes:

Carta Capital

Sua pesquisa.com

Nova Escola.org.br

Filmes interessantes:

  • As Sufragistas (ver online) – Trata-se do movimento feminista pelo direito ao voto, mostra a luta e a repressão
  • Revolução em Dagenham (ver online) – Trata-se de uma das maiores greves realizadas pelas funcionárias de uma das fábricas da Ford que renderam a conquista da equiparação salarial, mas teve muita luta e repressão também

 

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