Diferenças entre Ômicron, Influenza e H3N2

Abraçados pela Saúde: Pandemia

Após a pandemia de covid-19 (Sars-Cov 19 ou Novo Coronavírus mais conhecido) parecer controlada com o avanço da vacinação no mundo, uma variante novamente elevou a preocupação com o vírus. A ômicron tem maior transmissibilidade e características que a permitem driblar os efeitos dos imunizantes.

Com isso, em pouco tempo a nova cepa se tornou a mais transmitida na Europa e nos Estados Unidos e, então, a pandemia voltou a bater recordes de transmissões diárias. O início de janeiro de 2022 chegou a marcar 2,5 milhões de novos casos por dia, segundo dados do projeto Our World in Data.

Concomitantemente, surtos de influenza (o vírus da gripe) começaram a ser notados em todo o mundo, e uma nova variação, a H3N2, é motivo de preocupação entre especialistas. Também surgiram notícias de pessoas infectadas com o coronavírus e o vírus da influenza, o que gerou a denominação flurona (“flu” de influenza, e “rona” de corona).

O fato é que existe muita confusão sobre os efeitos e os cuidados necessários para cada condição respiratória. Conheça as características e sintomas de cada problema.

Ômicron

Em novembro de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a descoberta de uma nova cepa do coronavírus. A variante B.1.1.529 foi definida como variante de preocupação, sendo denominada ômicron. A nova cepa preocupou inicialmente pela sua alta capacidade de transmissão. Felizmente, dados apontam que a ômicron gera um risco menor de hospitalização.

Outra preocupação gerada por essa nova cepa é o fato de ela apresentar um alto número de mutações na proteína que é considerada a “porta de entrada” do coronavírus no corpo humano. Muitos dos imunizantes atuam sobre essa substância, e as mutações podem fazer o vírus escapar da proteção das vacinas, por meio de adaptação. Apesar disso, estudos têm mostrado que pessoas imunizadas apresentam menor chance de desenvolver sintomas graves quando contaminadas por ela.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre os principais sintomas da nova variante estão: fadiga, dor de cabeça, tosse, dores no corpo e na garganta.

A fadiga é relatada por 62% dos pacientes de Covid-19 e apontada em estudos como um sinal precoce da infecção pela variante Ômicron.

O sintoma é caracterizado por cansaço extremo resultante de esforço mental, físico ou por doença. Por isso, a causa acaba sendo confundida com outras condições

Dores musculares por todo o corpo também foram relacionadas à Covid-19. O sintoma ocorre porque o organismo está tentando combater o vírus constantemente. Nesse caso, a sensação de fadiga contínua acaba resultando nas dores.

Um estudo feito pela iniciativa ZOE Covid, que monitora os dados da Covid-19 no Reino Unido, comparou os sintomas de pessoas infectadas pelas variantes Delta e Ômicron. Os pesquisadores observaram que a perda do apetite foi um sintoma recorrente entre os pacientes com as duas cepas

Dados do ONS mostram que dor abdominal, diarreia e náusea ou vômito, relatados no início da pandemia, passaram a ser menos comuns com a variante Ômicron.

Porém, eles ainda podem aparecer quando acompanhados por outros sintomas da infecção viral, como complicações gastrointestinais, dor de garganta ou perda de paladar e olfato, como mostrou um estudo publicado no Journal of Microbiology, Immunology and Infection.

Influenza

“Influenza” (gripe) é o termo que designa a infecção aguda das vias respiratórias causada por um vírus, o qual apresenta três tipos: A, B e C. Os dois primeiros tipos são os que causam as epidemias sazonais mais comuns no mundo.

Os vírus da influenza tipo A são classificados em subtipos, como o A (H1N1) e o A (H3N2). Os vírus da influenza têm fortes efeitos, principalmente sobre os grupos de risco (crianças, idosos e gestantes) e podem levar a sérias complicações do sistema respiratório.

Um dos modos de diminuição da transmissão é com a vacinação anual, que infelizmente teve uma baixa taxa de adesão nos últimos anos em razão dos esforços feitos com a vacinação contra a covid-19.

H3N2

Esse subtipo da influenza é conhecido desde os anos 1960, mas uma nova mutação, chamada de Darwin, foi descoberta na Austrália em meados de 2021. Os vírus da influenza sofrem mais mutações do que o coronavírus e, por isso, as vacinas precisam ser constantemente atualizadas.

Apesar de a vacina atual contra a gripe já proteger contra o H3N2, ela não leva em conta a variação Darwin. Ainda assim, os imunizantes também parecem impedir que os vacinados tenham evoluções graves dos casos.

Os sintomas dessa nova variante são semelhantes aos da gripe comum, febre alta, congestão nasal, inflamações na garganta, tosse e muita dor de cabeça. Crianças também ficam mais suscetíveis a vômito e à diarreia.

Flurona

O termo cunhado para designar as pessoas que contraem os dois vírus simultaneamente pode gerar algumas confusões. Isso porque é praticamente impossível que os vírus estejam agindo ao mesmo tempo.

Como a mucosa do trato respiratório de uma pessoa infectada já está vulnerável, é mais provável que ela contraia outro vírus. Isso significa que é mais fácil encontrar nos exames material genético de mais de um vírus, mas não que eles vão necessariamente causar as doenças.

Até agora, os casos de pessoas infectadas com mais de um vírus simultaneamente não demonstram risco maior de evolução para casos mais graves.

A variante ômicron se tornou predominante no estado de São Paulo, correspondendo a 90,07% das amostras positivas para a Covid-19 sequenciadas entre os dias 25/12/2021 e 1/1/2022, a 52ª semana epidemiológica do ano passado. É isso que mostra o último boletim epidemiológico da Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, coordenada pelo Instituto Butantan e que acompanha a incidência dos casos positivos de Covid-19 e identifica as variantes mais circulantes na região.

Na 52ª semana epidemiológica, foram identificados mais 734 casos de ômicron, um salto de 1.065% ou 12 vezes mais em relação aos 63 casos detectados duas semanas antes, na 50ª semana epidemiológica (12 a 18/12), quando a variante foi detectada pela primeira vez na Rede de Alerta.

A participação da variante delta no total de amostras positivas caiu consideravelmente no estado,para apenas 5,2% das amostras positivadas,e a variante gama, para 3,6%. Todas estas cepas do SARS-CoV-2 são classificadas como variantes de preocupação (VOC –variants of concern, na sigla em inglês), consideradas mais transmissíveis e com mais risco de causar sintomas graves e mortes pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Dos 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS) paulistas monitorados pela Rede de Alerta,e que englobam todo o estado, em quatro apenas a ômicron foi identificada entre as amostras positivas para Covid-19 sequenciadas na 52ª semana epidemiológica:Baixada Santista, Presidente Prudente, Registro e São João da Boa Vista.

A ômicron se mostrou predominante nos DRS Grande São Paulo, correspondendo a 96,7% dos testes positivos sequenciados; na região de Araçatuba (62,5%), de Campinas (92,2%), de Marília (77,4%), de São José do Rio Preto (57,1%), além da região de Sorocaba (71,1%) e de Taubaté (94,6%).A delta se manteve predominante apenas na região do DRS Bauru.

Segundo a Rede de Alerta, a incidência do SARS-CoV-2 está em elevação em 12 dos 17 DRS (Grande São Paulo, Araçatuba, Baixada Santista, Bauru, Campinas, Marília, Presidente Prudente, Registro, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, Sorocaba, Taubaté).

O sequenciamento genômico iniciou-se no mês de janeiro de 2021 e até a 52ª semana epidemiológica já foram analisados36.856 (3,1%) genomas completos de 1.181.753 (31,8%) casos positivos.

Predomínio da ômicron por região durante a 52ª semana epidemiológica

Proteção

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Uso de máscaras é a principal forma de impedir a transmissão dos vírus da gripe e da covid-19. (Fonte: Pexels/Reprodução)

Todas as medidas de proteção que se tornaram comuns durante a pandemia causada pelo coronavírus são efetivas contra os vírus da gripe. Uso de máscara, distanciamento social, higienização das mãos e a vacinação diminuem os riscos de novas epidemias. Especialistas apontam que a diminuição da vacinação da gripe, que segundo o Ministério da Saúde atingiu menos de 80% do público-alvo, foi um dos responsáveis pelos novos surtos de gripe que vêm se espalhando pelo país.

Fonte: UOL, IstoÉ DinheiroBBC, Our World In Data, ExameEstadão Summit Saúde, Pebmed, Sanarmed. https://blog.mackenzie.br/vestibular/atualidades/omicron-influenza-h3n2-quais-sao-as-diferencas/

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